terça-feira, 25 de novembro de 2008

Aprendendo a perdoar

“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós”
Mateus 6:14

Continuando a minha caminhada, comecei a buscar dons e poder de Deus. Confesso que sou uma privilegiada porque tenho pessoas (líderes) cheias da presença de Deus e compromissadas com a verdade que sempre me ensinaram o caminho a ser percorrido. Deus continuava a dizer que tinha pressa em me usar e que se eu estivesse aberta, ele me curaria, me libertaria para as obras que tinha para mim. O segundo acontecimento que marcou essa minha evolução, ainda que pequena, (mas prossigo para o alvo para chegar a estatura de varão perfeito) foi um perdão que precisava ser liberado há quatro anos.
Quatro anos de mágoas e de sofrimento. Eu precisava passar por cima de fatos que aconteceram entre eu e o meu noivo na minha vida velha, que eu não deixei os pés da cruz, mas carregava comigo. Tratava-se de traição, uma das maiores dores que uma mulher apaixonada pode sentir. Não que os homens não sintam, mas para uma mulher é mais difícil. O meu noivo é uma nova pessoa em Cristo, mas ainda assim, quando eu tinha oportunidade jogava na cara dele o sofrimento que ele havia me causado. Um dia, senti o Espírito me dizer: “Quem é você para não o perdoar, se Cristo, que padeceu na carne por ele, já o perdoou?” Pedi ajuda ao Senhor e consegui entender no meu espírito o que Cristo diz: Sede misericordiosos e alcançareis misericórdia.

À medida que eu ia contemplando o meu interior cheio de manias e de defeitos, eu via o quanto precisava da misericórdia de Deus. E o perdão brotou e fez desabrochar a minha cura. A cura de um sofrimento guardado a sete chaves no meu coração.
A obra redentora e transformadora já havia sido feita por Jesus, eu é que não tomava posse. Me levantei e com uma paz no coração continuei, lutando contra a voz de Satanás que insistia em dizer que eu tinha “sangue de barata”. Eu respondia: Tenho sangue de Jesus e não de barata. Inseto é você, desprezível e derrotado!

Além do mais, na época em que tudo aconteceu, eu era espírita e muito devota aos orixás da Umbanda. Acendia velas, batia cabeça, deitava para anjo de guarda, andava de guia e anel de aço. Me lembrei também de quando minha avó, que era crente, me falava de igreja, eu dizia : “Lá vem você vó, cada um na sua, tá?” E ela, orando incessantemente pela minha conversão.
Não vou aqui comparar quem pecou mais sem Jesus, se eu ou se meu noivo, mas ele relutava a freqüentar o centro espírita, enquanto eu, sonhava para incorporar alguma entidade, porque isso dava status ali. Que grande perdão recebi do Senhor, que não nos julga segundo as nossas iniqüidades, mas segundo as suas grandes e eternas misericórdias! ( Salmo 103:10).

Lembrei da pecadora que ungiu os pés de Jesus, episódio contado em Lucas 7:36. A partir do versículo 47, Jesus diz que quem muito é perdoado, muito ama. Entendi porque eu suspirava pelo Senhor. Eu não era JUSTA por mim mesma, eu havia sido JUSTIFICADA, porque Ele pagou a minha dívida. Como Rute, eu tenho um resgatador, e entender isso no mais íntimo do meu coração era mais um passo a caminho da intimidade com o Senhor.

Meu olhar estava um pouco mais caído... caído de humildade, caído de constrangimento. Mas o melhor é sentir que Deus fica satisfeito quando damos passos em direção a Ele realmente. Não só dentro da igreja. Quantas pessoas vivem uma vida aparentemente saudável com Deus, mas no fundo não conseguem dar passos importantes como a liberação de perdão ou pedir perdão a alguém... Não quero dizer aqui que foi uma tarefa fácil. Não foi. Estaria sendo hipócrita se dissesse. Mas eu tenho um alvo: Jesus Cristo. A humilhação que Ele passou por mim foi tamanha que não considero mais nada como difícil demais.

Quero mais é sujeitar a minha carne a Cristo, ser entregue ao matadouro todos os dias (Salmo 44:22) por amor ao meu Senhor! O Senhor se agrada de um coração contrito e quebrantado. Não quero só ler que Davi agradou o coração, eu quero agradar, eu quero salmodiar todos os dias, mesmo entre lágrimas e em meio à provação.

Muitas vezes, quando me declarava desta forma ao Senhor, minha mente dizia assim: “Você é louca! Que humilhação o quê? Vive a tua vida!”. Mas eu retrucava e retruco sempre: Eu pertenço a Jesus e viverei para Ele, ainda que escorregue, levanto e corro para os braços dele!!!! Até a sua volta...

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