quinta-feira, 31 de julho de 2008

Um líder que ainda não atingiu a maturidade

Um líder que ainda não atingiu a maturidade
Reflexões para os jovens líderes

Ser escolhido por Deus para sua obra e receber em sua cabeça uma imposição de mãos e uma palavra profética são mesmo passos inesquecíveis e emocionantes, mas a realidade vivida por líderes que ainda não atingiram a maturidade pode ser dolorosa e frustrante, se a fé e o amor por Jesus não estiverem norteando suas ações, pensamentos e emoções. Embora saibamos que quem faz a obra é o Senhor e que somos apenas vasos, a realidade é que temos uma grande responsabilidade como líderes, nossas palavras ecoam, estabelecem e desestabelecem bênçãos e maldições. Então, exercer um ministério de forma imatura e emocional pode gerar conseqüências ruins tanto para os liderados quanto para o líder. Todo ministério é um desafio, pois o líder aprende a crescer na prática, mas existem algumas situações que precisam ser expressamente resolvidas para que o ministério não seja enfadonho, frustrante e doloroso.
O líder ferido transporta suas carências para o ministério, distorcendo a visão de Deus, se expondo e comprometendo o seu chamado. O líder que ainda não foi curado de rejeição tende a se apegar aos seus discípulos, desenvolvendo um relacionamento quase sem limites até chegar o momento em que sua autoridade não será mais respeitada. O líder não deve ser alguém autoritário, rude e distante dos outros, mas também pode não ser o extremo, tendo sua vida exposta. Aqui não me refiro a ser transparente nem me refiro a assumir erros e ter humildade para reconhecê-los. Refiro-me à intimidade que devassa a vida do líder, que invade e que não preserva suas individualidades. O resultado pode ser a rebeldia por parte dos discípulos, ao perceber que o líder não mantém a mesma postura.
O líder que faz da obra a sua vida pode muitas vezes estar longe da vontade de Deus, tende a cair no ativismo de forma que se afasta de sua família, amigos, trabalho e vive para a igreja. Com intenções muito bonitas e louváveis, mas os frutos normalmente denunciam um cansaço espiritual e fardos sendo carregados, onde praticamente se anula a graça e se tenta justificar pelas obras. O líder maduro aceita a graça, renova-se com a obra, não se cansa. Sabe cuidar de cada departamento de sua vida com o mesmo afinco do que cuida da obra. Muitos esquecem de suas famílias, o que sabemos, traz conseqüências graves. O líder maduro otimiza o seu tempo e também desfruta da comunhão do lar, dos amigos, ainda que estes não sejam convertidos.
O líder sem experiência, sem treinamento, tende a deprimir-se diante do fracasso, embora saiba que "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus", este perfil de liderança tende aos extremos. O líder também precisa ser alguém espiritual, alguém que entenda a vontade de Deus. Autoridade espiritual, diz Watchman Nee, é o nível de revelação da vontade de Deus que temos. Quanto mais revelação, mais autoridade.
Mas, de todos esses problemas enfrentados por uma liderança inexperiente, fica a esperança de que estamos sendo moldados para obras ainda maiores, os erros devem servir de professores, e as dificuldades devem nos tratar. Os líderes devem ser tratáveis para que possam ser moldados segundo o caráter de Cristo. Não se pode perder de vista que todos os grandes líderes sofreram para ser tratados, foram provados por Deus para assumirem lugares mais altos. Se o líder é o exemplo a ser seguido, com certeza ele será o primeiro a sentir o peso do tratamento de Deus. Nossa esperança é a paixão pelo Reino, é saber que vale a pena se submeter à vontade de Deus para sermos transformados em canais da sua glória, dando ao mundo a graça e o amor de que necessita. Busquemos o equilíbrio entre sermos tratados em nossas imperfeições e curados em nossas feridas e sermos exemplos de fé para os nossos discípulos. Tendo ainda a certeza de que não somos piores do que ninguém quando erramos e nem melhores quando damos frutos.
Olhemos para o alto, renovando as nossas forças naquele que nos chamou. E, se nos chamou, nos capacitará a chegar à maturidade, à cura e à plenitude de intimidade com o Espírito Santo. E, ao invés de nos debatermos diante de nossos fracassos e imperfeições, confiemos na boa vontade de Deus, na sua misericórdia e na sua maravilhosa graça, que nos elegeu antes da fundação do mundo.
A paz do Senhor.

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